quinta-feira, 25 de junho de 2009

Comportamento: Gloss ensina como adestrar seu homem




"É possível adestrar seres humanos". É essa constatação controversa que abre a matéria Aprenda a domar e lidar com seu namorado, no site da Gloss. O texto é baseado no livro What Shamu Taught me about Life, Love and Marriage (O que Shamu me Ensinou sobre Vida, Amor e Casamento), da jornalista americana Amy Sutherland. O livro relata os resultados das lições que a jornalista aprendeu com os alunos de uma escola de treinadores aplicadas em casa, em seu marido Scott.

Das lições aprendidas com adestradores, a matéria destaca que comportamentos são apenas comportamentos, não questione se eles são certos ou errados, ignore ações que a desagradam e parabenize as que pretende incentivar, e por aí vai.

Alguns problemas: não é preciso ser terapeuta de casais para saber que domar, dominar, adestrar, controlar e outras idéias afins não são muito simpáticas aos namorados, ou melhor, aos seres humanos em geral. Outro ponto é que se a pessoa precisa de ajuda para saber "domar" o namorado é porque talvez a relação não seja lá muito frutífera. Aplicar técnicas sistemáticas de adestramento por falta de alternativa melhor me parece gasto de energia desnecessário, no caso.

A subestimada técnica do bom senso

A parte em que a matéria recorre a personagens é mais interessante do que o livro em si, embora a maioria dos caso não sejam exemplos de adestramento, mas do simples uso de bom senso por parte das meninas. Por exemplo: "A estudante de direito Marcela Silveira, 22 anos, (...) coleciona brigas com o namorado, seu colega de faculdade, porque vira e mexe ele desmarca saídas em cima da hora, preferindo ver os amigos. 'Às vezes, eu já estou toda arrumada quando sou informada de que não vai rolar', conta Marcela. 'Como temos cinco anos de namoro, sinto que é preciso ter tolerância para essas coisas, porque passou aquela fase de querer ficar grudados o tempo todo.' Marcela resolveu criar o hábito de confirmar o encontro antes de começar os preparativos". E ela nem precisou ler o livro da Amy para chegar a essa conclusão útil.

Com os exemplos práticos - relativamente banais, eu diria - a matéria acaba desmentindo seu ponto de partida, já que as mudanças de atitude conseguidas pelas personagens não são frutos de técnicas de adestramento. A lição que fica é que é muito mais fácil chegar a bom termo com o namorado por meio de conversa e observação de atitudes do que o tratando como um poodle malcriado.

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