terça-feira, 28 de julho de 2009

Comportamento: Homens revelam a Nova o que pensam sobre as mulheres



A matéria "Falha femininas na hora da conquista", do site da revista Nova, é uma das mais mal-elaboradas e machistas que eu já li. Este blog não é feminista, mas a matéria consegue inflamar todo o meu feminismo. Primeiro porque o texto não é bem um texto e sim um aglomerado de opiniões masculinas sobre a mulher. Segundo porque as tais opiniões, de modo geral, são tão radicais que qualquer pessoa do sexo feminino ficaria abismada.

A proposta é identificar o que as mulheres costumam fazem de errado nos relacionamentos. Confesso que quando li o título pensava ser mais uma daquelas matérias com um livro e um especialista, mas o texto traz apenas opiniões entre aspas de 19 (por que não 20?) homens de diversas idades e profissões.

Não vou concordar ou discordar com nenhum deles, afinal cada um tem sua concepção própria sobre relacionamentos, mas acredito que a revista conseguiu encontrar alguns dos caras mais machistas da praça. Talvez em uma tentativa de amenizar ou de colocar diferentes pontos de vista, existem alguns comentários bem divergentes na matéria.

Isso sem falar na qualidade jornalística. Por que as reporteres só "editaram" as opiniões? Cadê o texto? Por que chamar de "falha feminina"? Pois são apenas comentários sobre algumas atitudes. Faltou também o estado civil dos entrevistados, acredito que a opinião de alguém em um relacionamento é diferente de um solteiro.

O que mais me incomoda é a Nova mostrar uma mulher independente e bem resolvida, mas que no fim das contas tem que estar dentro de um padrão social antigo para encontrar um namorado.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Voltamos

Estamos de volta depois de uma pequena pausa um pouco influenciada pelas férias e falta de tempo. Amanhã voltaremos com a nossa programação normal, comentários, análises e outras coisinhas mais.

Beijos

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Comportamento: Gloss ensina como ser espontânea e descontraída



Um dos grandes problemas das revistas femininas é essa necessidade que elas têm de doutrinar as leitoras como regras para tudo. A matéria Como organizar uma festa seria perfeita se não caisse nesse vício. A idéia é dar dicas práticas sobre como organizar e frequentar uma festa com estilo e se divertir tanto quanto as pessoas da foto.

Na primeira parte, a matéria diz como se comportar em um ambiente com duas pessoas ou mais. "SE VOCÊ CHEGAR SOZINHA, procure o anfitrião e fique por perto. É papel dele apresentá-la a outros convidados. Se não o encontrar, dirija-se ao bar e fique por ali, tranqüila, com um drinque nas mãos, puxando papo com o barman". E se a pessoa, como eu, não bebe?

"SE HOUVER UM BRANCO NA CONVERSA, lance perguntas neutras como 'Conhece o dono da casa de onde?'. Ou faça um brinde à falta de assunto, com humor." Sério, quem faz isso?

"SE COMETER UMA GAFE do tipo perguntar pelo namorado de alguém e ouvir que ele virou ex, peça desculpa e mude de assunto". É tão natural que nem deveria estar aqui.

"SE CONTAR UMA PIADA RUIM, ria de si mesma e se ofereça para buscar bebidas como forma de compensação". Nunca ouvi falar de auto-punição por contar piadas que não fazem sucesso. Esse tipo de observação inibe ainda mais uma pessoa tímida de se soltar e ser natural, que é o que acaba conquistando as pessoas em última instância. É impossível ser natural seguindo uma listinha sobre o que fazer. Interação social não é tão difícil assim, minha gente!

Na pista de dança

A segunda parte da matéria é bem mais últil e divertida. O DJ Günter Sarfert, da banda Jumbo Elektro, fala seu top 10 músicas para não deixar ninguém parado. As dicas são boas e ecléticas: vai de Nirvana a Devo, passando por Blondie e Clash. Taí uma festa que eu teria vontade de ir.

As dicas sobre como de fato organizar uma festa também são ótimas. O repórter foi atrás de especialistas (?) e festeiros de renome para saber como se dá uma festa legal, de forma simples. As observações são funcionais e bem inteligentes, se você for pensar bem. "USE A PIA COMO UM GRANDE BALDE de bebidas. Basta enchê-la de gelo", porque não, né?

A matéria encerra com dicas de lugares para comprar artigos legais e diferentes para dar personalidade para a sua festa. Merchandising à parte, dei uma olhada nos sites e o melhor de tudo foi o Kit Festa Animação "Ouro". Sucesso total.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Comportamento: Nova mostra como fazer amigas fabulosas



Eu gostei da proposta da matéria "Como conquistar amigas fabulosas" do site da revista Nova, que costuma focar apenas no "gato". O texto inicia com o gancho óbvio com o seriado Sex And The City, cujas personagens principais são quatro amigas inseparáveis. A Nova é a versão brasileira da Cosmopolitan, revista mais comentada na série.

A matéria promete ajudar a conquistar amizade fiel como a da ficção. Como já é de prazxe, basea-se na obra de Margaret Feinberg que, ao que parece, trata das dificuldades de relacionamentos, amizades e profissão de jovens de vinte e poucos anos.

Apesar de achar as dicas redundantes, acredito que elas realmente ajudem algumas pessoas. No geral a autora sugere que a jovem tome a iniciativa de convidar as colegas para sair e assim construir uma amizade. Um exemplo é a "Noite das Garotas", um momento de encontrar as amigas em casa e ficar mais à vontade. Ajuda em qualquer amizade e digo por experiência própria.

A parte que mais me chamou atenção, no entanto, foi a do chá de sumiço. O texto fala para a pessoa buscar as pessoas com as quais perdeu o contato, por estarem muito atarefadas ou outro motivo qualquer. A sugestão é marcar algo em que a amiga possa ir, para saber se a desculpa não é esfarrapada. Acredito que faz todo sentido, talvez seja uma das melhores dicas sobre amizade que eu já vi por aí.

No mais, a matéria é boa, apesar de cair nos clichês de dicas baseadas em livros de auto-ajuda. Apesar de boas dicas, é por causa de matérias assim que agradeço por ter minha amigas "Sex and the City".

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Marie Claire tem um novo blog!



Quando abri o site da Marie Claire para procurar a matéria que iria para a berlinda hoje, tive uma surpresa. O site está hospedando outro blog, o Cansei de Ser Gordinha. O nome é irresistível, então foi a primeira coisa que eu abri no site.

Resolvi falar dele aqui porque a proposta me pareceu muito bacana. O blog é assinado pela própria editora da Marie Claire, a Maria Laura Neves, que aceitou o desafio de diminuir as medidas por meio da malhação. O blog funciona como uma espécie de diário para a editora registrar os progressos e as dificuldades do processo. Além de textos e fotos, a blogueira também posta vídeos do seu dia-a-dia na academia.

O blog é muito simpatico por vários motivos. O principal deles é por humanizar a editora de uma das principais revistas femininas do mundo. Ao contar suas experiências, Maria Laura, que tem apenas 26 anos, permite que a leitora se identifique com suas dificuldades, já que não é qualquer um que tem aptidão para a vida de academia. Eu mesma abomino, mas estou gostando de acompanhar os seus progressos, contados de forma casual nos posts.

É interessante também ver que a pessoa não necessariamente tem que adotar o life style do seu trabalho. Mesmo editando dezenas de matéria sobre dietas, fitness, saúde e afins, a blogueira ainda tem as mesmas dúvidas que nós leitoras.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Celebridade: Gloss mostra outro lado de Luana Piovani



Luana Piovani é uma das celebridades mais notórias do país. Uma pequena entrevista no site da revista Gloss mostra que, no fundo, ela é gente como a gente. Ou pelo menos quis mostrar-se dessa forma.

O título da entrevista, para divulgar o filme Mulher Invisível, traz uma fala da atriz: "Já não estou mais me desculpando por ser bonita". Lendo isso eu penso "pobre menina linda, será que ela não era levada à sério somente por causa da beleza?". Confesso que o título me deixou com o pé atrás em relação ao texto, imaginei que seria uma daquelas entrevistas para exaltar a celebridade. O meu receio quase se confirmou quando o repórter diz que os homens a veem como "mulher ideal".

Porém, ao longo da curta entrevista, a atriz responde perguntas sobre traição, solidão e relacionamentos e aparece como uma mulher comum, com as mesmas dúvidas e receios que eu ou você. A máscara de mulher fatal cai, dando lugar a uma garota confiante e sincera.

Eu não gosto dessa imagem de antipática e arrogante que a Luana Piovani costuma passar, mas, pode ser que seja também construída pela mídia de maneira geral. A entrevista têm comentários mais interessantes que o do título, que mostram um lado diferente da atriz. Talvez a escolha tenha sido equivocada, corroborando a imagem que ela já possui.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Comportamento: Nova ensina como fisgar um namorado




A proposta da matéria Falhas femininas na hora da conquista é alertar as mulheres sobre deslizes que podem comprometer o futuro de uma relação. O diferencial está no fato de que as dicas são dadas pelos próprios homens.

A matéria, na verdade, é uma série de depoimentos curtos divididos em tópicos. Aqui, a Nova quebra um precedente, já que coloca nome e sobrenome dos entrevistados, e até mesmo idade e profissão. Os tópicos são aqueles velhos conhecidos: Falta de confiança, Um grude só, Cheia de máscaras. O texto ainda acha espaço para fazer bricandeirinhas com nomes de filme (Mudança de hábito, Ligações perigosas e A bela que vira fera).

Alguns depoimentos são mais divertidos, do que instrutivos. Exemplo: "Não adianta me passar trote, fingindo ser outra mulher no telefone para ver se caio nas cantadas. Além de eu sempre reconhecer a voz, a atitude queima o filme". Ou seja, nenhuma atitude que lembre a personagem de Glenn Close em Atração fatal será tolerada.

No tópico Mudança de hábito, mais uma pérola: "Fujo de garotas que tentam mudar meus hábitos. Alguns podem (e devem) ser melhorados, como deixar de ir para a balada sozinho ou sair com aquelas ‘amigas’. Mas tudo tem limite". Lembrando que a matéria traz dicas para engatar um relacionamento sério. O ideal seria selecionar entrevistados que tenham aptidão para a coisa.

O pior está na parte Cheia de máscaras: "Até parece que a mulher me engana posando de virgem. Todo mundo tem passado - e aposto que o dela também deve ser sujo". Isso no mínimo é uma coisa tosca de se dizer. Claramente o rapaz entrevistado - um médico ortomolecular, por acaso - quer uma mulher que não tenha vergonha de ter uma vida sexual saudável. Porém se ele já pressupõe que esse passado é "sujo", ele simplesmente está dando mais motivos para a mulher colocar as tais "máscaras".

terça-feira, 7 de julho de 2009

Beleza: Pernas bonitas e saudáveis na Marie Claire



Para não parecer que apenas destacamos as matérias ruins das revistas femininas, hoje eu li uma matéria muito boa do site da revista Marie Claire. O título da chamada fala apenas "Libere as pernas". Por estar na editoria Beleza, imaginei que seria mais uma matéria sobre cremes para celulite, mas me enganei.

O texto fala sobre vários problemas femininos que nos fazem esconder nossas pernas do resto do mundo. Flacidez, celulite, varizes, estrias e manchas, estão todos lá. Cada um dos cinco problemas são separados em como surge, as últimas tecnologias na cura e o que pode ser feito em casa.

O interessante dessa matéria é que ela passa da superficialidade costumeira e realmente explica, sucintamente, os problemas e as soluções. A publicidade natural e indicação dos produtos continua a mesma, mas não é o principal.

O único ponto que me deixou incomodada foi que na subdivisão a explicação dos produtos e tratamentos de ponta foi muito maior do que poderia ser feito em casa. Concordo que por ser a revista Marie Claire (que costuma indicar produtos para a classe A e B) esse não deveria ser o objetivo da matéria, mas acredito que um equilíbrio seria necessário.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Moda: Gloss produz uma das matérias de moda mais chatas ever



Atrizes dos seriados que lançam tendência de moda é o tipo de matéria que me atrai nos sites de revistas femininas. Apesar de não ser lá muito coordenada quando o assunto é moda, eu a-do-ro discutir figurinos de celebridades, seja no cinema, na TV ou no tapete vermelho. Eu gosto tanto do glamour, quanto de constatar o mau gosto crônico de quem pode pagar para andar bem vestida.

A coisa fica ainda mais séria quando se trata de séries de TV, já que alguns programas eu assisto única e exclusivamente porque o figurino é luxo puro. A seleção feita por Ricky Hiraoka para a matéria abrange o que tem de melhor na TV hoje em dia: Ugly Betty, Grey's Anatomy, Gossip Girl, Desperate Housewives, The City, e por aí vai.

No entanto, sendo na base de texto-legenda acompanhado por foto, a matéria deixa a desejar nos dois aspectos. Primeiro que o tamanho das fotos é ridículo, mal dá para ver os detalhes das produções e, tudo bem que não é legal carregar o servidor do site com fotos enormes, mas a resolução baixíssima prejudica a leitura das imagens, que, afinal de contas, são a razão de existir da matéria. As legendas que acompanham são vergonhosas: redundantes, elas oferecem poucas informações que complementem as imagens limitadas, algumas muito mal escolhidas.

Exemplo de legenda pouco construtiva: "A foto acima explica porque Blake Lively, atriz de Gossip Girl, é um ícone fashion". Na verdade, a foto explica pouco e a legenda não diz nada.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Carreira: Nova traz dicas sobre etiqueta no trabalho



A editoria Vida e Trabalho do site da revista Nova traz uma matéria de perguntas e respostas sobre etiqueta no trabalho. A especialista em boa maneiras Célia Leão responde a 19 perguntas (por que não 20?) das leitoras sobre o tema.

A matéria segue com perguntas e respostas sobre diversos temas relacionados ao ambiente profissional e relações entre colegas de trabalho.

Algumas dicas são questão de bom senso, como não usar roupas sexys em encontros de trabalho ou não atender o celular do colega, quando não autorizado. Outras são até interessantes, como quando enviar um e-mail coletivo, colocar os endereços de e-mail de acordo hierarquia de trabalho. Porém, como sempre, existem aquelas dúvidas que chegam ao limite entre sério e ridículo.

Um exemplo é uma questão sobre responder e-mails. A leitora pergunta se pode não responder alguns e-mails, pois recebe mensagens demais. A dica é, responder os e-mails do trabalho, e não piadas e correntes. Naturalmente, a prioridade é para os temas relacionados ao ambiente de trabalho quando você está no serviço, afinal, faz parte desse, não? Acho que faltou uma dica sobre programas contra spams de propagandas também.

Outra fala sobre jantar a sós com clientes, e a dica afirma que mulheres tem sensibilidade para saber se há segundas intenções ou não. Sim, eu concordo, mas aparentemente a leitora não. O restante da resposta da especialista diz para trocar por um almoço na dúvida. Aí sim, ponto para quem percebeu que alguém que faz esse tipo de pergunta pode não ter essa malícia.

A matéria segue o padrão de pegar um tema de um livro publicado e usar um especialista no assunto (ou, como no caso, o próprio autor do livro) para responder dúvidas ou apenas dar dicas. Entretanto, essa o faz de uma maneira interessante, com perguntas e respostas, e atinge o objetivo de esclarecer dúvidas sobre trabalho das leitoras.

A fotografia do início que parece ser a única coisa completamente deslocada em toda a matéria. Existe sim uma pergunta sobre almoço no ambiente de trabalho, mas a foto não tem cenário e a expressão da modelo lembra mais uma mulher apaixonada do que alguém em meio à correria profissional. Talvez seja até uma foto reciclada de alguma matéria sobre dieta ou paixão por sanduíches.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Comportamento: Gloss dá a fórmula para encontrar um namorado



A matéria Dicas para Encontrar um Namorado começa com uma contradição básica. O primeiro item diz "Não tenha pressa para achar o cara certo". Se não é para ter pressa eu não preciso nem ler o texto e se não há essa necessidade, a matéria perde a razão de ser. Para variar um pouco a metodologia, o ponto de partida da leitura não é um livro de um escritor de best-seller americano "X", nem uma pesquisa de universidades de prestígio da Europa. Os repórteres vão direto ao especialista e se lembram até de dizer sua procedência.

Em determinado momento, o texto nos fornece dados interessantes sobre formas de encontrar um namorado: "Apenas 20% dos casais se formam a partir de encontros em festas, bares e afins. Outros 37% nascem de relações de amizade ou coleguismo; 32% são apresentados por terceiros; 5% surgem de encontros acidentais (em uma fila, por exemplo) e 1% se conhecem pela internet (os 5% restantes se encaixam na categoria 'outros')". Parece lógico, mas vale a pena reforçar a idéia, ainda mais com números tão claros.

A matéria segue com lembretes úteis como: tente ouvir mais do que falar e não entre em uma relação esperando mudar o parceiro. Aqui, o fato de os repórteres terem se dado ao trabalho de procurar mais de um especialista, de diferentes áreas, mesmo que em uma matéria tão curta, recompensou pois garantiu a pluralidade de pontos de vista. Além disso, o texto toca em pontos importantes da problemática de arrumar um namorado, reforçando aqueles conselhos sábios que ouvimos das amigas.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Saúde: Doces servem para melhorar o humor



A matéria "Açúcar para o humor?", publicada originalmente na revista Marie Claire do mês de maio, mais parece parte da Superinteressante. O texto diz o porque comemos doce quando passamos por situações de estresse, baseado em uma pesquisa holandesa sobre o assunto.

O tema é interessante, especialmente para pessoas nervosas e gordinhas. De acordo com o estudo, o açúcar conforta e melhora o desempenho mental. A pesquisa colocava pessoas saudáveis para beber suco de laranja com açúcar e em seguida executar tarefas estressantes, mergulhando a mão em água gelada alternadamente. Na matéria não diz, e eu não faço idéia do porquê da água gelada! Confesso que isso ficou na minha cabeça.

Os pesquisadores repetiram o procedimento colocando adoçante no suco, em vez de açúcar, e o desempenho das pessoas foi melhor no primeiro caso. No fim, o estudo mostrou que a glicose ajuda na produção de serotonina, que regula a energia e o humor. O resultado é algo que esperávamos, mas e os desdobramentos dele?

A matéria termina com uma dica: quando precisar de açúcar recorra às frutas. O conselho é perfeito, mas por que colocar docinhos lindos na foto? E os diabéticos estressados provavelmente permanecerão assim.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Celebridades: Confira análises aleatórias da linguagem corporal de casais famosos




Os tais guias de linguagem corporal são um dos componentes mais controversos da parte de relacionamentos das revistas femininas. Isso porque, embora certas colocações até pareçam fazer sentido, a eficácia do método é bem questionável quando aplicado à vida real. A coisa fica ainda mais duvidosa quando os psicólogos dão para analisar a linguagem corporal de casais de celebridades, como é o caso da matéria Raio-x do beijo: é técnico ou de verdade?, do site da Nova. Não é meu papel aqui questionar a utilidade dese tipo de matéra, mas sim se ela serve ao seu propósito inicial.

Com ajuda da psicóloga Mariana Meis, vamos descobrir se casais como Adriana Esteves/Vladimir Brichta, Vanessa Lóes/Thiago Lacerda e Murilo Rosa/Fernanda Tavares (nem sabia que eles estavam juntos!) têm química. Para diminuir ao máximo o trabalho com a leitura a Nova dispensa o texto corrido e usa o recurso de foto+legenda, já que o foco da matéria claramente é visual, em detrimento do conteúdo.

O primeiro casal na berlinda é Galisteu e Iódice. "Um beijo afetuoso", garante a psícóloga. "Ela está de lhos abertos, consciente das pessoas em volta. Já ele faz um biquinho infantil, que mostra orgulho de estar com esta mulher".

Em primeiro lugar, não há nenhuma informação que garanta que a psicóloga consultada está apta a analisar esse tipo de situação. Pelo que sabemos, a especialista pode ser uma estudante recém-formada no curso de psicologia, irmã de alguma estagiária da revista. Depois, não há menção dos critérios utilizados para a análise, o que poderia enriquecer e dar mais credibilidade à leitura. Sem especificar os critérios, as observações não passam de descrições aleatórias das fotos.

Sem novidades


O que sabota a matéria é o segundo casal analisado, Drew Barrymore e o bateirista do Strokes/Little Joy, Fabrizio Moretti, que acabaram o namoro há muito tempo. Pela foto, a psicóloga argumenta que os dois "estão desconectados. Ele parece não querer beijá-la (mão no bolso, boca fechada, corpo distante). Ela o abraça, se inclina e ainda puxa pela camisa". Ou seja, se você for beijar seu namorado e ele estivar com a mão dentro do bolso se prepare porque você vai ser chutada.

Moral da matéria: os casais que estão juntos têm química, os que não estão, não têm. Além disso, Drew Barrymore é carente e forçante e provavelmente foi o Moretti quem acabou o relacionamento. Viu só? Dá pra tirar várias conclusões sem fundamento apenas analisando uma imagem. E não precisa nem de diploma de psicologia.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Moda: Nova traz guia de outlets



Este post é mais para expressar um descontentamento pessoal do que uma crítica em si. Mas espero que eu seja ouvida tanto como leitora e quanto jornalista fora do eixo Rio-São Paulo. No site da revista Nova, há uma chamada de capa (com foto) para uma matéria com um "Guia de outlets". Esse tipo de loja vende marcas caras com preços mais em conta, o prometido pelo site são compras para afastar a crise.

Confesso que quando cliquei já esperava um guia das lojas em Rio de Janeiro e São Paulo, ignorando a existência do resto do país. Para minha surpresa, na matéria ainda constavam sugestões de lojas em Salvador e Belo Horizonte, e na seção "achado das leitoras", Porto Alegre e Vitória.

O texto de abertura incentiva a leitora a comprar peças de marcas famosas com 90% de desconto, para um visual rico e glamuroso. Em seguida diz que repórteres e leitoras por todo Brasil mostram onde estão os outlets e se não tiver nenhum perto da sua casa, faça uma viagem com as amigas. Realmente não tem mais nenhum outlet em nenhuma cidade brasileira? Como uma simples brasiliense, sempre ignorada nesse tipo de matéria, eu discordo.

Pois bem, mais perto de Brasília, entre todas as outras é BH. Clico na seção indicada. Duas lojas, uma de lingerie e outra da Patachou. É, eu acho que não vou viajar para Belo Horizonte só por causa delas, mas se estiver passando pela cidade (como, por coincidência estou) pode até ser.

Enquanto a cidade mineira tem apenas duas lojas no "guia de outlets do Brasil", Salvador tem mais duas e Rio de Janeiro tem três. São Paulo tem cinco subdivisões para as lojas. A última seção é a do "achado das leitoras", com mais três dicas.

Até que, somando todas, temos uma boa variedade de outlets diversos, mas concentrados na região sudeste, como é costume das revistas femininas. Valia um esforço maior para encontrar mais opções nas outras regiões do Brasil.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Comportamento: Gloss ensina como adestrar seu homem




"É possível adestrar seres humanos". É essa constatação controversa que abre a matéria Aprenda a domar e lidar com seu namorado, no site da Gloss. O texto é baseado no livro What Shamu Taught me about Life, Love and Marriage (O que Shamu me Ensinou sobre Vida, Amor e Casamento), da jornalista americana Amy Sutherland. O livro relata os resultados das lições que a jornalista aprendeu com os alunos de uma escola de treinadores aplicadas em casa, em seu marido Scott.

Das lições aprendidas com adestradores, a matéria destaca que comportamentos são apenas comportamentos, não questione se eles são certos ou errados, ignore ações que a desagradam e parabenize as que pretende incentivar, e por aí vai.

Alguns problemas: não é preciso ser terapeuta de casais para saber que domar, dominar, adestrar, controlar e outras idéias afins não são muito simpáticas aos namorados, ou melhor, aos seres humanos em geral. Outro ponto é que se a pessoa precisa de ajuda para saber "domar" o namorado é porque talvez a relação não seja lá muito frutífera. Aplicar técnicas sistemáticas de adestramento por falta de alternativa melhor me parece gasto de energia desnecessário, no caso.

A subestimada técnica do bom senso

A parte em que a matéria recorre a personagens é mais interessante do que o livro em si, embora a maioria dos caso não sejam exemplos de adestramento, mas do simples uso de bom senso por parte das meninas. Por exemplo: "A estudante de direito Marcela Silveira, 22 anos, (...) coleciona brigas com o namorado, seu colega de faculdade, porque vira e mexe ele desmarca saídas em cima da hora, preferindo ver os amigos. 'Às vezes, eu já estou toda arrumada quando sou informada de que não vai rolar', conta Marcela. 'Como temos cinco anos de namoro, sinto que é preciso ter tolerância para essas coisas, porque passou aquela fase de querer ficar grudados o tempo todo.' Marcela resolveu criar o hábito de confirmar o encontro antes de começar os preparativos". E ela nem precisou ler o livro da Amy para chegar a essa conclusão útil.

Com os exemplos práticos - relativamente banais, eu diria - a matéria acaba desmentindo seu ponto de partida, já que as mudanças de atitude conseguidas pelas personagens não são frutos de técnicas de adestramento. A lição que fica é que é muito mais fácil chegar a bom termo com o namorado por meio de conversa e observação de atitudes do que o tratando como um poodle malcriado.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Beleza: Cabelos de celebridades



Eu estava passeando pelo site da revista Nova quando me deparei com uma matéria especial sobre dicas de corte de cabelo de celebridades. Admito que é um dos meus temas favoritos entre os típicos assuntos femininos.

Ao clicar no link de capa, dentro da editoria Beleza, aparece o título da matéria: "Um especial com idéias sexy de cortes e penteados". O adjetivo que resume todos os outros que virão a seguir é "sexy", mas quem é sexy? A idéia ou o cabelo? A matéria é, na verdade, uma galeria de fotos de celebridades para inspirar um corte ou penteado que fique melhor na leitora. Ou seja, segundo o texto de abertura, para que ela receba elogios de outras mulheres e “atraia os holofotes”.

Nove estilos são apresentados. Ao clicar em cada um deles uma nova galeria, com cerca de cinco fotos, é aberta. Em vez de seguir a ordem, escolhi ver primeiro a galeria dos estilos bem resolvidos, que segundo a matéria são das celebridades que abusam do cabelo liso (como o meu).

Eu descobri, com uma estudante de visagismo, que um cabelo dito “bem resolvido” poderia ser aquele que cuja forma remete ao quadrado. Ao que parece, era isso o que a matéria queria dizer, pois mulheres bem resolvidas usam o cabelo do jeito que quiserem - e não dependem de quadrados para expressar a sua independência.

Pois bem, as fotos dessa seção mostram cabelos muito parecidos, mas com legendas que descrevem brevemente o que seria a diferença entre eles. Porém a descrição às vezes não ajuda muito. A foto da Cléo Pires é um exemplo: “bobes de velcro para dar volume”. Para uma leitora leiga, o que são bobes de velcro mesmo? Deduzimos agora que eles são usados para dar volume, mas no entanto não conseguimos ver muito do cabelo através da foto, e nada é mencionado sobre o corte.

Não vou falar aqui sobre as outras oito galerias, pois o post ficaria muito longo. Cada uma segue o mesmo padrão de fotos e legendas, a diferença teoricamente está no "tema": copiado, elogiado, feliz, jovem, ousado, poderoso, rico ou vesátil. Escolha um e divirta-se.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Saúde: Marie Claire não explica o que é a dieta do dr. Atkins


A matéria Batalha das Dietas, no site da Marie Claire, abre com uma promessa séria: chegar finalmente a uma conclusão racional a respeito das dietas mais populares do momento. A matéria pretende fazer isso analisando uma pesquisa conduzida por universidades americanas e israelenses, que testaram cinco dietas famosas em 322 voluntários por um período de dois anos.

As dietas citadas na matéria são a de baixo teor de carboidratos, a mediterrânea, a pobre em gorduras, Ornish, Zone e a notória dieta do dr. Atkins. A matéria gasta a maior parte do tempo descrevendo os procedimentos e os resultados das tais pesquisas.

Confesso que, embora até precise, nunca tive o impulso de reeducar a minha alimentação, em parte porque me falta paciência, em parte porque comer é uma das coisas que eu mais gosto de fazer. Ou seja: totalmente por fora do universo das dietas. É até por isso que alimentei alguma expectativa em relação a essa matéria. A principal delas era a de finalmente descobrir o que cargas d’água é a dieta do dr. Atkins.

No entanto, o que temos? Uma descrição quantitativa da pesquisa. A matéria se limita a reproduzir as informações referentes à pesquisa, comentando seus resultados, não muito diferente de um relatório. A repórter ainda foi atrás de alguns nutricionistas, que não dizem nada de novo. Na segunda página há uma descrição de cada dieta, porém a tradução do artigo científico para a matéria ficou mal feita, porque a repórter usa termos como “gorduras monoinstauradas” e “carboidratos complexos”. Para mim, leiga, isso não significa nada. E - o mais grave na minha opinião - não há maiores satisfações em relação à misteriosa dieta de Atkins.

Embora a matéria prometa desmistificar as dietas, ela não faz mais do que oferecer um relatório científico, que presta pouco serviço ao leitor que não tem especialização na área. No final, ela apenas reforça a história das cinco refeições por dia e diz para nos contentarmos com o esquema de tentativa e erro, e, portanto, para continuar comprando a revista até que encontremos a dieta ideal.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Carreira: O freelancer na Gloss



A Gloss é a revista das jovens em ascensão e por isso não é de se admirar que tenha uma matéria sobre freelancer na editoria Sua Grana. De forma objetiva, a matéria explica o que é, o perfil e dicas práticas para quem quer seguir essa carreira. A diferença, porém, é que o texto foge das dicas, mandamentos e top 5 tradicionais.

A matéria explica, de forma concisa, os "prós e contras da vida sem patrão" anunciados na abertura. No princípio há uma pequena introdução e em seguida um perfil do freelancer construído através de perguntas. Se a pessoa responder "sim" a maioria delas, ok, pode continuar lendo o texto, do contrário, melhor ir para outra matéria.

Com a resposta positiva, segue a história de alguns personagens. Eles contam em poucas palavras situações que passaram e como se livrar delas. As dicas são boas para a interessada, explicando desde rotina até como administrar o dinheiro ganho. Ao fim, a leitora entende um pouco mais sobre o freelancer, mas sem mais do que pequenos exemplos e informações superficiais.

O texto é bom para colocar o assunto em pauta e despertar o interesse das leitoras. A foto é uma ótima sacada: algo inusitado, mas que o trabalho de freelancer realmente permite.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Comportamento: Nova mostra como não ser enganada por diretor de filme pornô amador



De todas as revistas femininas que circulam o Brasil, a Nova é, sem dúvidas, a mais sexualmente liberada. E o sexo corre tão selvagem no site que a matéria Falsos namorados que transformam você numa atriz de filme pornô até chama a atenção por seu tom preventivo.

Trata-se de uma denúncia: homens aparentemente bacanas podem muito bem gravar momentos íntimos sem o consentimento da parceira e mostrar para os amigos e/ou o mundo inteiro na internet. Com a banalização das câmeras digitais, isso é uma preocupação entre as solteiras, porém “NOVA não vai deixá-la sozinha”.

A introdução da matéria basicamente expõe a situação e explica as técnicas usadas na reportagem. Ao que parece, a repórter fez seu dever de casa e cobriu todos os lados da questão: procurou uma psicóloga para entender os motivos do comportamento, ouviu um dos homens que tem o hábito duvidoso, além de explicar as proporções que um escândalo como esse pode tomar na rede, dicas para não cair na cilada e procedimentos legais para as vítimas.

A psicóloga culpa a vaidade natural masculina e os reality shows, que exaltam o exibicionismo. Em contrapartida, o depoimento de um praticante mostra que o problema maior está no fato de os homens encararem a invasão de privacidade como uma brincadeira.

É fato que, além da obsessão por salto alto, a Nova herdou de sua prima americana, a Cosmopolitan, a noção de que tudo que é dirty é sexy. Por isso, embora a matéria ofereça insights interessantes sobre o aspecto legal da “brincadeira”, a Nova deixa sua ninfomania interferir nas informações, o que resulta em mensagens contraditórias ao longo da matéria.

Moral e bons costumes a parte, a foto é muito sensual para acompanhar uma matéria de denúncia e reforça ainda mais a idéia do fetiche. Outro problema é a inconsistência dos personagens. Na parte de depoimentos, os nomes dos rapazes foram alterados e as histórias são contadas de forma indireta, ou seja, nas palavras da repórter. Esse, na verdade, é um problema em vários textos do site, o que coloca em cheque a veracidade dos depoimentos e empobrece a matéria.

Por falar em personagens, essa era uma boa oportunidade de ouvir as mulheres que já passaram por isso. Por mais que seja um assunto delicado, é importante saber como elas lidaram com a situação, já que os personagens da matéria são anônimos mesmo. O resultado é um assunto importante tratado de forma superficial, com poucas informações realmente úteis, que não pareçam ter sido tiradas de um episódio de Sex and the City.

Por fim, fica muito difícil levar a sério a denúncia, quando se abre o site da Men’s Health, que, assim como a Nova, é da editora Abril, e se encontra uma matéria que mostra, passo a passo, como convencer a mulher a participar de fotos e vídeos sensuais.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Estamos de olho



Se tem uma coisa que nós amamos odiar são as revistas femininas. Parece que ninguém gosta de admitir que tentou aquela dieta do chá, comprou o sutiã de R$ 150 que a Marie Claire indicou, respondeu o teste para saber se você é Jennifer ou Angelina, ou recortou o calendário da Nova só por causa do modelo sarado do mês.

Por mais que este novo movimento de intolerância à futilidade negue, o fato é que essas revistas estão há décadas vendendo padrões de beleza e comportamento que fazem parte do dia a dia da mulher, mesmo que seja por osmose. E não adianta: nunca vai faltar público para elas.

Embora os opositores tenham boas intenções, eles pecam em um ponto: não há nada de errado em um pouco de futilidade na vida. O que se pode fazer é tentar criar uma consciência crítica em relação a esse tipo de leitura. E é para isso que criamos o Tudo Sobre Eva.

É importante lembrar que revistas femininas são jornalismo também, e, portanto, têm para com o público o compromisso de formar, informar e entreter. O objetivo não é negar o papel dessas revistas na formação da mulher. Queremos, antes, questionar a qualidade da informação transmitida.

Diariamente, vamos postar matérias dos sites da Gloss, Nova e Marie Claire analisadas por mim e pela Paola, duas (quase) jornalistas de Brasília e consumistas vorazes de jornalismo feminino, cultural e de entretenimento. Não queremos fazer apologias feministas aqui, apenas discutir a qualidade jornalística das matérias.

Movie geeks que somos, batizamos o blog de Tudo Sobre Eva em homenagem ao filme-assinatura da nossa über diva Bette Davis, A Malvada (All About Eve, 1950). Para quem não viu, é o filme sobre comportamento feminino, em que Bette Davis é má mesmo sendo a mocinha. Nosso objetivo é ser como sua personagem, a Margo Channing: implacável, mas sem perder a compostura e nem o senso de humor.

Agradecimentos especiais à nossa designer, Anne Karoline Silva, que hospedou o blog e elaborou esse layout bacana.